Neko

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Tattoo


Alice no país das maravilhas - Lewis Carroll - trechos

“Aonde fica a saída?", Perguntou Alice ao gato que ria.
”Depende”, respondeu o gato.
”De quê?”, replicou Alice;
”Depende de para onde você quer ir...”

"Nesta direção", disse o Gato, girando a pata direita, "mora um Chapeleiro. E nesta direção", apontando com a pata esquerda, "mora uma Lebre de Março. Visite quem você quiser quiser, são ambos loucos."

"Mais eu não ando com loucos", observou Alice.

"Oh, você não tem como evitar", disse o Gato, "somos todos loucos por aqui. Eu sou louco. Você é louca".

"Como é que você sabe que eu sou louca?", disse Alice.

"Você deve ser", disse o Gato, "Senão não teria vindo para cá."



terça-feira, 28 de junho de 2011

Previsão do tempo


Nós, Os Gatos - Juca Chaves

Miau, boa bitida, eu sou um gato, gato miando nos telhados lá da Augusta.
Gato que assusta, gatas que tem, um bom telhado pois enfim sou um gato bem, um gato bem, um gato bem, um gato bem.

A exemplo do Ricardo Amaral,
sou um gato social,
um bichano disputado no telhado,
porém, sendo um gato bem lançado, a velha Novacap já ouviram o meu miado.

Meu nome sai aí a três por dois, até a rua Augusta esporte sciedade pois, bom São Paulino, fino felino,
não há gata que resista a esse meu miar de artista, muito em vista,

Na órbita, nos telhados onde eu vou,
fazer a serenata para minha gata do dezoazor,
embora, a plus ultra muito grossa
não entenda a minha bossa
vou miar em teto quente na tangente do conveniente.

Miau, miau sou um gato social,
miau, miau sou um gato social,
STOP!

domingo, 26 de junho de 2011

O incrível dom de Oscar


Não fosse a notícia publicada em diversos jornais, periódicos acadêmicos e em matéria em tudo quanto é site, pouca gente acreditaria ser verdade. Como assim, um gato que prevê a morte de pessoas num hospital? Sim, é o que Oscar, um dos seis gatos terapêuticos do Hospital Steere House, em Rhode Island, EUA, faz. No dia a dia, ele nem é tão amigável com os velhinhos internados na ala de demência terminal da instituição, que trata pacientes com estado avançado de Alzheimer e Parkinson.

Mas quando, sabe-se lá como, percebe que o estado de um dos pacientes se agrava,  seu comportamento muda radicalmente. Acometido de um ataque súbito de carinho e solidariedade, ele  invade o quarto do doente sem ser chamado, sobe na cama e se enrosca perto do enfermo. E fica ali, ronronando suavemente, até que seu eleito não esteja mais no mundo dos vivos.
Gratidão Todo o processo dura uma média de 4 horas. O detalhe é que a intuição de Oscar nunca falhou: as 25 visitas que fez resultaram em 25 mortes. O número certo seria 26, se o peludo não tivesse que optar entre dois pacientes que morreram ao mesmo tempo.

A confiança depositada em Oscar pela equipe médica é tão profunda que, quando o gato entra no modo vigília, a família do doente é logo alertada. “As pessoas confortam-se com a ideia de que o animal esteja lá quando os seus entes queridos morrerem. E a gratidão aumenta quando Oscar esteve lá enquanto eles não puderam estar”, afirma o geriatra David Dosa, que acaba de lançar o livro O Incrível Dom de Oscar (Ediouro/R$ 30/224 páginas).

Na obra, acima de tudo humanista, ele conta a história sensacional da relação desse gato malhado com os pacientes do hospital e a equipe médica. Além de livro, os dons de Oscar vão parar no cinema em breve, em filme escrito por Stephen P. Lindsey (Sempre ao Seu Lado).

Aprendizagem
Não espere uma história fofa na obra do geriatra. Não há aquele tom festivo para quem gosta de bichanos, nem tampouco elucubrações paranormais a respeito dos dons do gatinho de 5 anos de idade.

“Certa vez, a escritora Colette disse que ‘não existem gatos comuns’. Admito que não acreditei nisso logo que Oscar apareceu. Mas, esse gato preto e branco, aparentemente comum, tem me ensinado muito”, diz o autor.

O médico narra seu processo de aprendizagem e de fé no ser humano sem apelar para o sensacionalismo.  Se pauta, isso sim, no tom obrigatoriamente carinhoso de quem lida com aqueles que já estão no ocaso da vida - e, pior do que isso, perdendo sua independência física e mental.

Mesmo fazendo isso há anos, Dosa deixa transparecer a tristeza de anunciar o inevitável às famílias. Também  revela o tamanho da gratidão que tem a Oscar por fazer o que ele não consegue. E justamente por isso emociona o leitor.
“Com o tempo, comecei a pensar em Oscar como um  doce guia capaz de levar as pessoas de um estado mental assustador a outro, mais reconfortante”, declara o médico. Ele conta que, diante de Oscar, foi obrigado a aceitar os fatos, independente das explicações ou a falta delas.

Por isso, mesmo tendo testemunhado o impossível nesses últimos cinco anos e conversado sobre isso com os membros mais receptivos das famílias que perderam seus entes queridos, David Dosa ainda não tem uma justificativa plausível para o que ocorre nos quartos do Steere House.

Mistério “Não finjo entender, mas acredito que podemos aprender com o exemplo de Oscar, porque testemunhar esse fenômeno pode ser uma experiência muito espiritual”, diz.

Seu lado cientista, porém, não nega que estudou sobre um odor que os humanos exalam por causa das cetonas que formam quando as células morrem. Talvez seja esse o dom de  Oscar:  farejar os índices altos de algum composto químico liberado pouco antes da morte.

“Pode ser. Mas gosto de pensar que Oscar é mais do que um sistema de detecção de cetonas. Num lugar onde a equipe de funcionários não mede esforços para tornar a experiência da morte tolerável, gosto de acreditar que Oscar seja a manifestação corpórea desse companheirismo”, diz o médico.

Conhecendo mais a fundo a história do felino e de como sua presença interfere na rotina do hospital que lhe abriga desde filhote, surge a necessidade de redimensionar a vida. E de  perceber que o conforto  surge do improvável. Foi, pelo menos, o que o geriatra foi obrigado a fazer.

“Como médico, meu papel é prescrever o remédio adequado e orientar a família. É função das enfermeiras oferecer os cuidados apropriados. E o trabalho de Oscar é servir de companhia nas horas finais. Ele é, evidentemente, parte da equipe e um conforto tanto para as famílias quanto para os pacientes, mesmo que, em muitos casos, seja a única família que restou ao paciente”, arremata.




Fonte: Correio

O Gato e a caixa


sábado, 25 de junho de 2011

Feriado de sol e preguiça


Pensão Familiar - Manuel Bandeira

Jardim da pensãozinha burguesa.
Gatos espapaçados ao sol.
A tiririca sitia os canteiros chatos.
O sol acaba de crestar as boninas que murcharam.
Os girassóis
amarelo!
resistem.
E as dálias, rechonchudas, plebéias, dominicais.


Um gatinho faz pipi.
Com gestos de garçom de restaurant-Palace
Encobre cuidadosamente a mijadinha.
Sai vibrando com elegância a patinha direita:
— É a única criatura fina na pensãozinha burguesa.


quinta-feira, 23 de junho de 2011

The cat is on the table


Depoimento - Um gato francês - Jean Brody

Recentemente meu marido e eu viajamos pela Europa. Alugamos um carro e guiamos por estradas secundárias e nos hospedamos em estalagens fora do comum. A única coisa que desviava minha atenção da maravilhosa viagem era a saudade que sentia de Perry, nosso gato. Eu sempre sinto saudades dele quando viajamos, mas desta vez, porque a viagem era mais longa, o sentimento tornou-se mais e mais intenso. Cada gato que via, a saudade aumentava.
Uma manhã estávamos no alto das montanhas da França, colocando as malas no carro antes de retomar nossa viagem, quando um casal caminhou até um carro estacionado perto do nosso. A mulher segurava um grande gato Siames e conversava com ele em francês.
Fiquei a observá-los, incapaz de desviar o olhar. Minha vontade de ter Perry por perto deve ter se estampado em meu rosto. A mulher deu-me uma olhada, virou-se para falar a seu marido e então falou com seu gato. Repentinamente andou em minha direção e, sem pronunciar uma só palavra, me entregou seu gato.

Eu imediatamente abri meus braços. Cauteloso no colo de um estranho, ele estendeu suas garras, mas só por alguns segundos. Então retraiu-as, se acomodando em meu abraço e começou a ronronar. Acariciei seu pelo macio enquanto o balançava suavemente. Então, ainda maravilhada, eu o devolvi à mulher.
Sorri para eles em agradecimento, e lágrimas molharam meus olhos. A mulher tinha percebido minha necessidade de segurar seu gato, o gato tinha percebido que podia confiar em mim, e ambos, me deram um belo presente de bondade, tinham agido conforme seus sentimentos.
É reconfortante saber que a linguagem dos amantes de animais (e dos animais), é a mesma em todo o mundo.


Tradução de Sergio Barros

Awnnn

Dicionário dos gatos I

Insónia: Incapacidade de dormir mais de vinte horas por dia

Lealdade: Ficar com a mesma pessoa mais de 6 semanas

Stress: Condição apenas observada noutras criaturas

Pássaro: Comida enlatada com asas mas sem lata

Pulga: Um pequena peste horrível

Cão: Uma enorme pulga peluda

Consciência: Aquele período chato entre sonecas

Comida: Algo que deve ser ingerido de 30 em 30 minutos

Amor: Algo que podemos, verdadeiramente, sentir por nós

Caixa: Possível portal para a utopia que deve ser religiosamente explorado e guardado

Trabalho: Atividade levada a cabo pela humanidade a fim de manter confortável a gatidade

Humildade: Não há definição conhecida

Os cães são cães, as aves são aves, os gatos são deuses.


terça-feira, 21 de junho de 2011

Tashirojima, a ilha do gato


Tashirojima ((田代島), também conhecida como “Ilha do Gato”, é uma pequena ilha na costa da península de Oshika, na província de Ishinomaki, Japão. Foi assim denominada devido a sua enorme população de gatos -  resultado da crença dos nativos de que alimentar estes animais traz riquezas e boa sorte. A população da ilha se resume em aproximadamente 100 pessoas e um incontável número de gatos, não existindo, e tampouco sendo permitido, a introdução de outros animais de estimação (cachorros principalmente) no local.

A ilha é dividida em dois vilarejos/portos: Oodomari e Nitoda e são considerados “vilarejos terminais” devido à 83% de sua população ser de idosos e 50% deles com mais de 65 anos. A pesca e o turismo são seus principais meios de subsistência.



Existem 10 templos e 51 monumentos talhados em pedra dedicados aos gatos localizados na área sul da ilha. O templo mais conhecido chamado de“Neko Jinja”, é situado entre os dois vilarejos. Este era o lugar onde pescadores vindos de outras localidades pernoitavam e os gatos costumavam entrar nas hospedagens para pedir comida. Com o tempo, os pescadores se afeiçoaram a eles e passaram a observá-los, interpretando suas ações como  predições e padrões de pesca. Conta a lenda que um belo dia, um pescador que pegava pedras para amarração de redes, derrubou uma destas matando acidentalmente um gato. Profundamente consternado com o acidente seguido de morte do felino, o pescador  enterrou-o  e construiu um templo nesta região do vilarejo.








Em 2004, um casal de Sendai mudou-se para a ilha e abriu uma hospedaria na intenção de estimular o turismo dos amantes dos felinos ao local. O blog, que relata o modo de vida da ilha e dos gatos, pode ser visto aqui.





Bom dia, inverno!

E nada como um bom café pra comemorar a troca de estação. Feliz solstício pra todos, humanos e felinos! :o)



segunda-feira, 20 de junho de 2011

O gato subiu no telhado

Os gatos da tinturaria - Cecilia Meirelles

Os gatos brancos, descoloridos,
passeiam pela tinturaria
miram policromos vestidos.

Com soberana melancolia,
brota nos seus olhos erguidos
o arco-íris, resumo do dia,

ressuscitando dos seus olvidos,
onde apagado cada um jazia,
abstractos lumes sucumbidos.

No vasto chão da tinturaria,
xadrez sem fim, por onde os ruídos
atropelam a geometria,

os grandes gatos abrem compridos
bocejos, na dispersão vazia
da voz feita para gemidos.

E assim proclamam a monarquia
da renúncia, e, tranquilos vencidos,
dormem seu tempo de agonia.

Olham ainda para os vestidos,
mas baixam a pálpebra fria.



domingo, 19 de junho de 2011

Qual é a idade do seu gato?

Bolo de Aniversário

Como hoje é aniversário do meu "gato" mais velho, não poderia deixar de comemorar com um bolo! gostaria que fosse tão lindo quanto estes a seguir, mas, na falta de um artista nas redondezas com capacidade de tal detalhismo e delicadeza, fica só a homenagem e as ilustrações... Feliz aniversário, PB!





sexta-feira, 17 de junho de 2011

Nebulosa olho de gato




NGC 6543 ou Nebulosa do Olho de gato é uma nebulosa planetária na constelação do Dragão. Estruturalmente é uma das nebulosas mais complexas conhecidas tendo-se observado em imagens de alta resolução do Telescópio espacial Hubble mostrando jorros de material e numerosas estruturas em forma de arco.
Foi descoberta por Willian Herschel em 15 de Fevereiro, de 1786 e foi a primeira nebulosa planetária cujo espectro foi pela primeira vez pesquisado sendo este trabalho realizado pelo  astrônomo amador William Huggins em 1864.

Mais informações: wikipédia

Simon's Cat in 'Hidden Treasure'

quinta-feira, 16 de junho de 2011

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Di Cavalcanti - (Brasil 1897 – 1976)




                                                      Menina com gato e piano, 1967

terça-feira, 14 de junho de 2011

Egito, entre deusas, gatos e múmias

Conhecidos como "Mau" - o som de seu miado -  os gatos eram reverenciados na sociedade e religião do antigo Egito. Selvagens, eram úteis como caçadores de roedores, cobras e escorpiões, protegendo casas e evitando que suas plantações fossem dizimadas. Foi a partir dessa época(2000 a.C.) que o gato passou a coexistir com os humanos e a ser considerado "domesticado".

Os felinos, admirados por sua graça, postura e agilidade, passaram a ser venerados pelo povo egipcio do alto e baixo Nilo sob a forma de Deuses. A primeira deles, Mafdet (a corredora), era descrita com forma de mulher com cabeça de leão (ou gato do deserto)e era a personificação da justiça - em seu aspecto punitivo, execução e poder real. Esta provavel primeira deidade felina do Egito aparece no início da I dinastia.








Por volta da II dinastia (2890 - 2686 a.C.) surge Bast (também conhecida como Bastet, Ubasti ou Pasht), representada nos muros dos templos como mulher com cabeça de gato. Seu culto abrange principalmente a cidade de Per-Bast (depois renomeada para Bubasti, e hoje chamada de Tell Basta, localizada ao norte do Egito), lugar onde eram celebrados seus principais festivais. Bast substitui o culto à Mafdet ao longo do tempo, e só vem a ser associada ao gato doméstico em torno de 1000 a.C. (dois mil anos após o início de seu culto). Antes disso, representações de gatos eram consideradas impróprias - exceto em raros casos como o de Mafdet (textos das pirâmides) e Ra. Bast iniciou como deidade solar, mas, devido à identificação com Artemis pelos Gregos, passou a ser representada como lunar. Na mitologia Grega, Bast também é conhecida como Aelurus. Bast teve sua imagem abrandada ao longo do tempo tornando-se a divindade representante das mulheres, maternidade, fertilidade e crianças.



O gato, reverenciado na religião e sociedade do antigo Egito, de acordo com a cultura da época, também eram preparados para o pós  morte com mumificações e considerados oferendas à Bast. No ano de 1888, um fazendeiro egípcio descobriu nas redondezas da cidade de Benihagan uma tumba com cerca de oitenta mil gatos mumificados (datados entre 1000 - 2000 a.C.).








Texto pesquisado em vários sites da internet.
Para saber mais sobre a tumba de "She Cat" ilustrada acima, clique aqui