Neko

sábado, 30 de julho de 2011

Cinema

The Black Cat - Edgar A. Poe 

Associados, desde tempos imemoriais, ao sobrenatural e ao fantástico, os gatos (particularmente os pretos) não escaparam à imaginação prodigiosa e macabra do escritor norte-americano Edgar Allan Poe. Ele próprio amante destes animais, acabou por colocá-los no centro de um dos seus famosos contos – The Black Cat (O Gato Preto). 

 

Escrita em finais de 1842, esta “short story” é publicada a 19 de Agosto do ano seguinte no The Saturday Evening Post. Nela, o escritor conta a história de um homem que, condenado à morte, decide relatar uma série de estranhos fatos que envolvem, entre outros, o seu gato preto Pluto (Plutão), que morto às suas mãos, regressa para o assombrar, obrigando-o a cometer um crime. Tal como Poe, também a personagem se diz amante de animais, mas o alcoolismo (outra das parecenças com o autor) acaba por colocar termo à saudável convivência com o felino doméstico.

 

A figura do gato surge, segundo alguns estudiosos da obra de Poe, não apenas como imagem da superstição (a dada altura, o narrador acredita que o animal é uma bruxa disfarçada) mas também como metáfora para a perseverança, uma das características atribuídas aos felinos.

Clássico do terror/fantástico, o conto inspirou inúmeras peças de teatro e filmes, tendo ainda direito a adaptações televisivas. No que toca à Sétima Arte, podem destacar-se The Black Cat, filme de 1934, com Bela Lugosi e Boris Karloff, realizado por Edgar Ulmer; Tales of Terror (1962) de Roger Corman com Vincent Price; e o mais recente Gatto Nero (1981) de Fucio Fulci. E nem a rádio escapou à influência de Poe. Um dos casos foi Mystery in the Air, programa da NBC que, em Setembro de 1947, transmitiu a leitura integral do conto por Basil Rathbone.



 Gatos aguardando o teste para a filmagem - Hollywood, 1962


Vincent Price, Peter Lorre, e  Joyce Jameson


sexta-feira, 29 de julho de 2011

Pierre-Auguste Renoir

Julie Manet with cat 1867


Poema sobre o nascimento de filhotes - Pedro Amaral

Ela os recebeu como num susto,
Antes um alivio desconhecido.
Um a um foram surgindo, e logo, tateantes,
Buscavam no breu
Os bicos entumescidos.

Mal lhe recordava havê-los concebido,
Certo teria sido
Em hora de fraqueza
Cansada, acolhera
As gestões do parceiro,
E eis tudo:
Um frêmito, um ganido.

Agora
Envolve-os com o ventre
Lava-os do nascimento,
E os quer inteiros,
E os quer nutridos.

E não se pergunta
Se ha nisso tudo algum sentido.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

O Gato subiu no Telhado


Amigos


Tutores Descuidados

Princess, uma gatinha de oito semanas que vive com a dona, Susan Gordon, na Escócia, foi levada para a emergência veterinária já à beira da morte, mas conseguiu escapar.
"Coloquei a roupas na máquina, pus o sabão, fechei a porta e liguei a máquina. Depois, dei as costas e fui assistir televisão", disse Susan.



Uma hora mais tarde, quando o marido abriu a porta do eletrodoméstico para recolher a roupa limpa, encontrou o animalzinho desorientado e frágil.
"A pobrezinha estava tremendo muito. Peguei uma toalha e a enrolei", disse Susan. "Fiquei com ela perto de mim. Ela estava tremento muito, em estado de choque."
Princess foi levada para o veterinário com hematomas, sangramento no nariz e olhos irritados pelo sabão. Ela ficou em tratamento durante três dias.
Tratada, aquecida e recuperada, a gatinha está de volta à casa e goza de boa saúde.
"Agora eu sempre checo a máquina antes de colocar a roupa", disse a dona.

Fonte: Último Segundo

terça-feira, 26 de julho de 2011

Aldous Huxley - Music at Night

"Meu jovem... se desejas escrever sobre seres humanos, a melhor coisa é ter um casal de gatos."


Jornada - Eder Araújo

-E os ventos, rumam pra que lado hoje?
Perguntou previdente e arrebatado.
-E para que sabê-los? Vamos com eles.
Respondeu olhando para as nuvens
o gato.


domingo, 24 de julho de 2011

A felicidade bate à sua porta

E o dia ficou muito mais feliz!

Nelson Ascher - Crônica

O melhor amigo do homem
A arrogância humana não tem limites. Que séculos atrás se tomasse a Terra como centro do universo, talvez fosse um equívoco derivado de um ponto-de-vista distorcido. Afinal, levou tempo para que a física moderna se desenvolvesse. Mas que ainda hoje os membros de uma espécie tão defeituosa moralmente quanto em termos de "design" se considerem o topo, o cimo, o ápice da criação é algo que decorre claramente da cegueira auto-induzida.
Um animal como a gente, que passa seus três primeiros anos de vida feito um feto extra-uterino, que demora para se equilibrar sobre as patas traseiras e, até o fim, tropeçando, sofrendo dores de coluna, jamais se acostuma a tal postura, um bicho que, inadaptado ao grosso dos climas, se especializou em roubar peles alheias e suou milênios como um porco (que, aliás, não sua) antes de comprar um ar-condicionado, um mamífero cujas fêmeas, ao contrário do que sucede com as demais, não tem nem ao menos um período determinado e ostensivo de cio e chegam a morrer de parto deve ser qualificado de paradigma da perfeição?
OK: somos os detentores da patente da linguagem, digamos, articulada. Temos um cérebro grande (embora não proporcionalmente maior que o dos predadores em geral) e o utilizamos até para criar coisinhas úteis. Ocorre que quase todas as nossas invenções não passam de próteses destinadas a mal e mal compensar desvantagens de nascença. E ciência alguma nos desculpa ignorarmos tamanhas limitações: elas saltam aos olhos quando nos comparamos com nossos melhores amigos.
Essa honra (mais para nós que para eles) pertence, há 1/4 de século, não ao cachorro, mas ao gato. Foi no começo dos anos 80, nos EUA, que sua popularidade superou a de seus clássicos rivais. Estima-se que atualmente os americanos possuam quase 70 milhões de gatos enquanto a população canina anda ao redor de 62 milhões. Mudanças aceleradas no estilo de vida explicam o pendor crescente pelos gatos que são autolimpantes, discretos e ficam sozinhos o dia inteiro sem incomodar os vizinhos. O empecilho que os tornava inadequados à vida caseira, ou seja, o cheiro agressivo de sua urina, encontrou uma solução em 1947 quando o norte-americano Ed Lowe (1920-95) descobriu que um tipo de argila absorvia os dejetos líquidos dissipando-lhes o fedor. Desnecessário dizer que o inventor dos granulados sanitários morreu milionário.
Se existe uma criatura cuja perfeição escancara comparativamente a ilimitada defeituosidade humana, é, portanto, o gato. Dispondo de uma visão noturna seis vezes superior à humana, de uma audição vinte vezes mais potente, de vibrissas (os bigodes) cheias de sensores, ele sobrevive a quedas que seriam letais para outros seres e administra o próprio sono, distribuindo-o dia afora como lhe convém . E isso vale para toda a linhagem, dos gatos domésticos aos tigres, das jaguatiricas às onças, do guepardo (ou chita), capaz de atingir 100 km/h, à pantera negra, pois, descontando as dimensões variáveis e os hábitos adaptados aos respectivos habitats, as principais diferenças de fundo entre os felinos são duas: os pequenos comem sentados ou acocorados e ronronam, mas não rugem; os grandes comem deitados e rugem mas não ronronam.
Com exceção do gato propriamente dito, nenhum de seus parentes foi domesticado. Embora alguns cheguem a ser individualmente domados, ninguém com um mínimo de instinto de sobrevivência vê na tranquilidade de um tigre ou leão de circo mais que um armistício temporário que pode ser unilateralmente rompido a qualquer momento. Agora, que tenhamos
domesticado um de seus representantes não desmerece, de certo modo, todo o grupo?
Não necessariamente, uma vez que não se estabeleceu quem é que de fato domesticou quem. Apesar de os esqueletos mais antigos de cachorros convivendo com humanos datarem de uns 15 mil anos atrás, alguns pesquisadores supõem que principiamos a modificar geneticamente o lobo selvagem 80 mil anos antes. Se, como carnívoro, o cachorro é nosso competidor, sua utilidade numa sociedade tribal de caçadores parece óbvia. As primeiras referências seguras aos gatos são, no entanto, bem mais recentes, têm quatro ou cinco mil anos e provêm do Egito, nação que lhes conferiu o estatuto de animais sagrados, associando-os à deusa Bastet (ou Bast, ou Pasht), filha de Ísis e Osíris.
Nada indica que os tenhamos realmente alterado. Nosso convívio com eles coincide com a adoção do sedentarismo e o surgimento da agricultura que inaugura o neolítico. Agricultura quer dizer acúmulo de grãos. Grãos atraem roedores. E logo chegam os gatos. Não sei se alguém fez as contas, mas sem estes, quem sabe os roedores teriam ganho a competição contra o homo sapiens sapiens. Quando, durante a Idade Média, os felinos europeus foram demonizados e perseguidos, ratos asiáticos portadores da peste bubônica invadiram o continente e, graças a eles, 1/3 da população local pereceu. Por tênue e dificilmente demonstrável que seja, a correlação não é absurda. Seja como for, o gato associou-se voluntariamente aos homens que se adaptaram tanto a ele quanto ele a nós.
Assim, a única coisa melhor do que ser um gato é ser um gato anglo-saxão, porque se o resto do planeta lhe atribui sete vidas, em inglês ele tem proverbialmente nove. E se sua perfeição e utilidade estão demonstradas, não temos como deduzir qual terá sido o desígnio divino que lhe deu origem. Uma interpretação, tão acertada que mereceria ser de Jorge Luis Borges, resume-se na seguinte frase: "Deus criou o gato para que o homem pudesse afagar o tigre".

Folha de SP - 26/01/2004

Propagandas

Seguro de veículo - Agencia: Kitchen/Leo Burnett, Oslo, Noruega 

"De 0 to 100 in 7,2 seconds". Peugeot 207 RC.” Advertising Agency: Euro RSCG, Santiago, Chile

sábado, 23 de julho de 2011

Tatuagem


Morre uma voz

RIP Amy Jade Winehouse

Milan Kundera

"A verdadeira bondade do homem só pode se manifestar com toda a pureza,
com toda a liberdade, em relação àqueles que não representam nenhuma
força. O verdadeiro teste moral da humanidade (o mais radical, num nível
tão profundo que escapa ao nosso olhar) são as relações com aqueles que
estão à nossa mercê: os animais. É aí que se produz o maior desvio do
homem, derrota fundamental da qual decorrem todas as outras."

Arte de Rua

  Graffiti

 Bradenburgo

Granada

Sqon - Canadá

Beirute

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Cantores II

Cher
 
Keith Richards
The monkees

Ringo Star

Cristina Aguillera

Cat Stevens

Rita Lee

Gal Costa

Cantores

Joan Baez

Lady Gaga

Michael Jackson

George Michael

Bjork

Tina Turner

Joni Mitchel

James Taylor

Sting
 
 Paul Mcartney

Alice Cooper